sexta-feira, 26 de junho de 2009

Capão Pecado

Ao receber a proposta de ler “Capão Pecado” de Ferrez, já sabia que iria ver discussões sobre a vida das pessoas que morram na favela e sobre a sociedade e hipócrita que nos criamos junto a mídia difamadora que paira sobre nossas cabeças de uma forma nua e crua, sem por nem tirar, apenas da forma que realmente é, também pensei no outro livro dele “O Manual Pratico do Ódio” que fez perder boa parte do preconceito que havia sobre as coisas (e sobre o que) Ferrez escrevia, descobri o porquê dos livros dele incomodarem tanto algumas partes da sociedade, o porquê quando dizem que ele é um “Escritor Marginal”, eles não estão elogiando por seu trabalho esplêndido de mostrar a vida da classe mais explorada como ela é, mas tentado criar uma imagem negativa.

Ao começar a ler os primeiros capítulos de “Capão Pecado” senti certa familiaridade com o filme “Cidade dos Homens” que conta a historia de um menino que vive em uma comunidade da periferia, que convivia com o trafego, com a morte, mas procurava sempre caminhos alternativos, sempre procurando o caminho mais correto para conseguir realizar seu sonho de ser jornalista. No caso de Rael, personagem do livro, ele convive com vários problemas ao mesmo tempo, que passa de falta de preparo para garantir uma boa posição na hora de arranjar emprego, problemas familiares e sociais como o pai bêbado (que nunca esta sóbrio) que sustenta a casa da família.

Na historia Rael mostra que ele conseguia conviver com muitas pessoas diferentes — que muitas seriam chamadas de, mas companhias— sem se deixar levar pelas pessoas de “respeito” no morro. No percorrer do livro Rael se embola com vários dilemas e experimenta vários sentimentos e sensações, como a luta por um emprego mais descente, a indignação e o ódio com a morte de amigos pelo envolvimento com o trafico, a aventura e o sentimento de culpa com o envolvimento com a namorada de um amigo, a ira e a dor de uma traição de um ente querido. O ultimo em especial leva a Rael a matar a sua mulher e o amante seu chefe, que leva a sua prisão e morte.

Eduardo V. Farias

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